Crise entre as Polícias Civil e Militar no Estado de São Paulo.

Parte do texto publicado no site "PolicialBR", faz uma excelente contextualização histórica e politica da crise entre as polícias (Civil e Militar) do Estado de São Paulo, vale a pena ler: 

Esta nascendo uma nova polícia em São Paulo.
Com a crise instalada nas polícias civil e militar de São Paulo, causada por falta de dialogo político, acredito que esta nascendo uma nova polícia.
O que aconteceu é que a Polícia Civil, mais politizada que a Polícia Militar na atualidade, de forma democrática lutou e conquistou direitos com a aprovação da PEC35 e PEC19, nada mais justo e de direito dentro de uma democracia, mas onde estava a Polícia Militar quando a Polícia Civil lutava pela aprovação das duas PECs? “Estava em cima do muro aguardando o resultado e acreditando na Lei de Isonomia (principio de igualdade) pensando…” se a Polícia Civil levar, levamos também”, o que se vê é que o tiro parece estar saindo pela culatra.
A falta de politização da Polícia Militar não é culpa dos policiais militares, é uma cultura instalada com início da ditadura, a ditadura não deu espaço para politização, é um dos princípios do regime ditatorial.
Ocorre que desde o fim da ditadura o País vem a cada dia se democratizando, pedindo mudanças e a única forma de mudar dentro de uma democracia é através da política e quem não gosta e não faz política delega as decisões a quem gosta e faz, a Polícia Civil fez e conquistou a aprovação da PEC35 e da PEC19, muito justo e merecido, a instituição Polícia Civil é honrada e composta de bravos homens e mulheres que diuturnamente trabalham para combater o crime, buscando a paz social e se ela não vem é porque o Judiciário esta acorrentado em Leis arcaicas e os presídios são moldes dos presídios medievais, não se recupera ninguém e tão pouco as penas impostas pelas Leis arcaicas aplicadas pelo Judiciário não intimidam para evitar crimes.
Ressalvado meu prestigio e respeito à Polícia Civil de São Paulo, vamos a Polícia Militar.
A Polícia Militar do Estado de São Paulo, centenária, composta de valorosos homens e mulheres que juraram defender com o sacrifício da própria vida a sociedade paulista, a melhor Polícia da América Latina, uma das melhores do mundo, vem sendo alvo de constantes tentativas de “punhaladas nas costas” da fusão entre a Guarda Civil e a Força Pública foram muitas punhaladas na recém nascida Polícia Militar do Estado de São Paulo, a maior punhalada foi desferida na criação da Constituição de 1988, por sorte ou pela força do destino, o braço do carrasco algoz com o punhal em punho foi detido pelo ex-deputado Constituinte Hélio Cesar Rosas, bravo defensor da Polícia Militar de São Paulo, vamos ao “causo” como diria Hélio Rosas.
O texto original a ser votado, que tratava das Polícias Militares tinha sido alterado na calada da noite e se fosse aprovado na Constituição de 1988, as Polícias Militares seriam apenas Força Auxiliar do Exercito, não iria mais exercer policiamento, perderia o poder de polícia e tudo ficaria a cargo da Polícia Civil, veja caro leitor, isto a nível federal, ocorreu que a votação ficou para um sábado e o ex-deputado Constituinte Hélio Rosas, cedo chegou ao plenário, antes do início da sessão leu os jornais que publicavam a matéria a ser votada, leu duas vezes e tudo parecia correto, em dado momento, foi atender um grupo da Polícia Militar politizados que estavam participando da luta e queriam noticias, quem falou pelo grupo foi um oficial de Guarulhos que queria saber se não tinham alterado nada, quando o oficial obteve como resposta que esta tudo correto questionou: – “o senhor conferiu direitinho?”. A pergunta permaneceu na mente do ex-deputado Constituinte Hélio Rosas que resolveu ler a redação do processo a ser votado observando que o texto havia sido alterado condenando as Polícias Militares, descoberta a falcatrua o carrasco algoz foi desarmado evitando-se a punhalada e a Polícia Militar inserida na Constituição de 1988 da forma como esta até os dias de hoje. O ex-deputado Hélio Cesar Rosas foi recebido em São Paulo pela Banda da Polícia Militar sob o comando do ex-comandante geral Wilson Correia Leite. Este fato, com detalhes, e muitos outros podem ser encontrados e lidos no livro “Baú Revirado – Causos da minha vida política, pessoal, profissional etc” de autoria do ex-deputado Constituinte Hélio Cesar Rosas, HR Editora.
Muito bem, já deu para ver que não é de hoje que o “punhal ronda as costas da Polícia Militar” e com o passar dos anos a única forma de se evitar ou, pelo menos, amenizar os estragos é com a politização da Corporação e estamos vendo isto neste momento, os bravos e admiráveis coronéis que estão se mantendo firmes em busca dos direitos da Corporação estão dando um grande exemplo democrático, entrarão para história, ressalvando que não se pode tratar assim uma Instituição de conduta ilibada, repleta de atos heroicos e muito sangue derramado de seus filhos, bravos guerreiros, na preservação da ordem pública, a Polícia Militar do Estado de São Paulo merece respeito e como nada cai do Céu e a revolução muda as coisa, a Polícia Militar do Estado de São Paulo passa por uma grande, profunda e maravilhosa mudança tomando consciência da necessidade de se resgatar a politização que a salvou no passado quando da elaboração da Constituição de 1988, se o grupo de policiais militares politizados não estivesse lá o que seria?
A conscientização política deve se estender a todos, do soldado ao coronel, assim, de forma ordeira e democrática lutar por melhorias, salários dignos, carreira digna, dignificando o profissional de segurança pública beneficiando a população dona de todo dinheiro usado para custeá-la e que merece um retorno também digno com uma segurança pública de qualidade para todos e sem distinção.
A nova Polícia que esta nascendo é a PMP “Polícia Militar Politizada” que dentro em breve, após aparada as arestas com sua co-irmã, de mãos dadas irão juntas conquistar mais e mais melhorias para todos nós paulistas e brasileiros que pagamos altíssimos impostos e merecemos retorno a altura dos pagamentos exigidos pelo fisco.
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Concluo com os dizeres de Bertolt Brecht para que meditem:
O Analfabeto Político
“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.”

Fonte: Autor não identificado (escrito por um POLICIALBR); Site PolicialBR - disponível em <http://www.policialbr.com/esta-nascendo-uma-nova-policia-em-sao-paulo/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=esta-nascendo-uma-nova-policia-em-sao-paulo>; acessado em 30/09/2013 às 11h15min.

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