Policiais da Guatemala, Costa Rica e El Salvador desembarcaram esta semana em São Paulo com o objetivo de se aproximarem mais da comunidade de seus países. Eles participam do Curso Internacional de Treinamento de Polícia Comunitária – Sistema Koban, ministrado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo.
O curso teve início nesta segunda-feira (28) e acontece até o dia 9 de dezembro na Academia de Polícia Militar do Barro Branco, na zona norte da capital. Nesta quarta-feira (30), em uma das aulas, os policiais conheceram um dos mais bem sucedidos projetos de policiamento comunitário: a base do Jardim Ranieri, na Estrada do MBoi Mirim, na zona sul.
A base, inaugurada em fevereiro de 1999, foi a segunda a ser implantada no Brasil. Durante esses mais de 12 anos, através de ações sociais como o projeto “Jovem Cidadão” e o projeto “Canteiro”, a polícia conseguiu se aproximar dos cerca de 52 mil moradores. Os índices de criminalidade da região do Jardim Ângela despencaram no período. Atualmente, 21 policiais trabalham na base do Jardim Ranieri.
A base comunitária conta com uma biblioteca que possui 8 mil livros e seis computadores que permitem a qualquer pessoa entrar na internet de graça. “Combatemos a violência com inteligência, trazendo a comunidade para o nosso lado”, afirmou o sargento Milton Vieira da Silva, comandante da base.
Reaproximação
Os policiais dos três países da América Central afirmaram que suas guerras civis acarretaram em um inevitável distanciamento entre polícia e população.
Para o sub-inspetor Julio Alberto Majano Chávez, da Polícia Nacional Civil de El Salvador, onde houve guerra civil entre 1980 e 1992, o poder de repressão durante o período os afastou da sociedade. “Como queremos implantar a filosofia de polícia comunitária em El Salvador, viemos ao Brasil para descobrir o que fizeram para chegarem ao nível em que estão”.
O curso é um trabalho em conjunto entre a Diretoria de Polícia Comunitária e de Direitos Humanos da Polícia Militar do Estado de São Paulo, da Agência Brasileira de Cooperação e da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), com quem a PM de São Paulo tem um convênio. “Esse curso vai nos ajudar a fortalecer mais os laços com a comunidade”, afirmou o agente Roel Perez de Leon, da Polícia Nacional Civil da Guatemala.
Fonte: Vivian Goltl - Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo
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